Pós-doutorado – Data da defesa: 02/2018 (FEUSP/SP)
Título: Ensino da escrita na educação infantil: concepções e perspectivas da prática pedagógica
Resumo: O objetivo deste relatório é apresentar os resultados da pesquisa “Ensino da escrita na educação infantil: concepções e perspectivas da prática pedagógica” cujo objetivo principal foi investigar a compreensão acerca dos processos de alfabetização e letramento pelos professores de educação infantil do município de Maringá-PR no contexto de ampliação da escolarização obrigatória. Partimos da hipótese de que tanto os “recentes” aportes teóricos sobre a linguagem e o ensino da língua escrita como as mudanças na estrutura da Educação Básica contribuem para sustentar diferentes concepções e perspectivas de trabalho pedagógico na educação infantil. É no movimento de progressiva democratização da educação brasileira que se estende até os dias atuais, envolvendo a ampliação da escolarização obrigatória (dos 4 aos 17 anos), exigindo reorganização da educação infantil, que localizamos nossa investigação. Nesse contexto, em diferentes instituições de educação infantil, observamos um fenômeno que novamente acende a contenda que envolve essa relação: o trabalho pedagógico que ora exclui a escrita das ações pedagógicas, ora prioriza o ensino do código escrito, desde a mais tenra idade, muitas vezes sem vinculá-lo aos seus usos sociais e em detrimento de outros aspectos que envolvem o desenvolvimento da linguagem. Salientamos que, em ambas situações, desassocia-se alfabetização de letramento. Tais situações instigaram-nos e, certamente, justificam a iniciativa da pesquisa. A partir dessa motivação, definimos a questão norteadora da pesquisa: como a ampliação da escolarização obrigatória influenciou a compreensão dos professores de educação infantil acerca do processo de aprendizagem da escrita (no que concerne à alfabetização e do letramento)? Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram coletados por meio de três instrumentos: questionário fechado, questão de múltipla escolha e entrevista semiestruturadas para apreender as concepções de alfabetização e letramento apresentadas por eles. Para efeito de apresentação dos resultados obtidos, organizamos o presente relatório em cinco capítulos interdependentes. No primeiro capítulo, intitulado ‘Panorama da expansão da escolarização obrigatória’, apresentamos o contexto de ampliação da escolarização obrigatória. No segundo, ‘Concepções de educação, homem e linguagem’, discutimos acerca de três concepções de linguagem: como expressão do pensamento, como instrumento de comunicação e como prática discursiva. ‘Aprendizagem da escrita pela criança: contribuições da Teoria Histórico-Cultural’ é o título do segundo capítulo, no qual destacamos algumas contribuições advindas das investigações de Vigotski (2000) e Luria (2010) para a compreensão do processo de ensino e aprendizagem da escrita na infância. No terceiro capítulo, cujo título é ‘Alfabetização e letramento: relação de interdependência e indissociabilidade’, refletimos acerca do movimento de redefinição do conceito de alfabetização e do movimento de conceituação do processo de letramento, situando o desafio de diferenciar e relacionar os dois conceitos tendo em vista o alfabetizar letrando. No quarto capítulo, intitulado ‘Caminhos metodológicos da pesquisa’, apresentamos os procedimentos preliminares utilizados para a consecução da pesquisa, o lócus e o perfil dos sujeitos que participaram da investigação. O objetivo do quinto capítulo, ‘Alfabetização e letramento: concepções de professores de educação infantil’, foi averiguar como os professores de educação infantil compreendem os processos de alfabetização e letramento. Concluímos esta pesquisa, destacando evidências que marcaram as respostas das professoras entrevistadas, das quais derivam algumas implicações pedagógicas.